sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Equipa B- Um desafio aliciante, uma possibilidade de futuro.

Honestamente, sempre preferi, na Liga Espanhola, o Real Madrid ao FC Barcelona. Mesmo tempo em que poucos portugueses jogavam lá fora, toda a gente era culé por causa do Figo. Mesmo aí eu puxava pelo Real Madrid. Era uma espécie de clube "irmão" do Benfica. Esta minha preferência acabou com os "galáticos" e ambos os grandes de Espanha me eram indiferentes (continuando um fortíssimo, até hoje, apaixonado pelo AC Milan e Arsenal FC). Mas de 2008 para cá sou um fã do Barcelona. Que troca-tintas pensarão! Tem uma razão de ser, como irei descrever.
O actual FC Barcelona tem um modelo do qual eu sou um enorme adepto e que o Benfica deveria de emular na sua totalidade! Em particular, para este tópico, falo na Equipa B. Na antecâmera da criação desse novo escalão do futebol do nosso clube, espero que o SLB esteja a reflectir profundamente sobre a sua implementação! E que não opte pela via da carneirada desregrada que regeu a primeira vida deste projecto, onde, do princípio ao fim, tudo foi feito à pressa, sem sentido e sem ponderação. O Benfica B não tinha modelo, não tinha ligação com o A, os treinadores e jogadores eram escolhidos sem critério e era o depósito dos dispensados. E nisto é bom lembrar que a actual direcção também tem responsabilidades! E não digam que eram impossível fazer melhor. Vejam o bom exemplo do Marítimo B, que até aproveitou a nossa formação (Leocísio Sami é um dos destaques dos madeirenses). 
Como fazer as coisas então? A meu ver e em primeiro lugar, deveríamos enviar Rui Costa a Barcelona para acompanhar a estrutura formativa blaugrana nos próximos meses e no regresso aplicá-la na Luz. A ligação entre os A's e B's, a tipologia de jogador a adquirir para a equipa secundária, o modelo táctico a adoptar e o perfil do treinador pretendido. Em segundo lugar, o Benfica deve desde já meditar bem numa equipa técnica. Devem ser homens da casa, mas com competência reconhecida (ser da casa não implica capacidade técnica) fora do clube. E devem ter uma ligação orgânica a sucessos no clube, um homem que gerações mais jovens reconheçam propriedade dos valores de clube e sucessos ao serviço do Benfica. Ao fim ao cabo, deve ser um treinador que os jogadores invejem o percurso, querendo imitá-lo! Sugiro Carlos Mozer. E num futuro, Pablo Aimar. Em terceiro lugar, o treinador principal do Benfica deve estabelecer, com o treinador B, o plano de treino a adoptar para ambas as equipas. E plantel B deve ser uma "fotocópia" potencial do plantel A, sendo que este deve ser forçosamente mais curto do que é actualmente, por forma a permitir o lançamento dos jovens da equipa B. Exemplo: entre as duas equipas, no máximo, devem existir 4 guarda-redes, sendo o 5º dos juniores, que passará a integrar ocasionalmente os treinos dos seniores. O ideal seria, no máximo, entre as duas equipas cerca de 40 a 45 jogadores. Próximo passo, a implementação de um modelo táctico único, que se sobreporia a qualquer treinador. Por fim, a obrigatoriedade interna de integrar no plantel B 50% de portugueses, como forma a tirar dividendos futuros ao nível do rendimento financeiro e da Selecção Portuguesa. 
Obviamente, isto são sugestões de um mero "curioso" do futebol. O essencial a retirar daqui terá que ser a reflexão sobre o que fazer com uma equipa B e como implementá-la! Se for para ser "à portuguesa" mais vale estar quieto. Mas em tempos de crise, o Sport Lisboa e Benfica deve estudar a fundo os modelos do Barcelona, o melhor exemplo europeu do que é uma cantera! E deve implementá-lo na sua amplitude, pois todos temos visto os dividendos! Claro que os patamares são diferentes, porém o que nos difere pode até ser vantajoso: o Barça produz um Iniesta e mantém-se com ele, pois está no topo do Mundo. No Benfica, se produzirmos um Iniesta ele mantém-se em Lisboa dois /três e quer sair. Ganharemos 15 ou 20 milhões! Se o vendermos, temos oportunidade de tentar preparar outro, para dois/três depois tentar ganhar mais 15/20 milhões! O que sai mais rentável que comprar um sul-americano por 5/8 milhões e vendê-lo por 25/30 milhões, pois temos de pensar nos ordenados que estes auferem. E num tempo de crise que vivemos, estas transferências de 30 milhões serão cada vez mais difíceis de concretizar, como tal é preferível tentar vender jogadores formados mais vezes por uns 15 ou 20 milhões do que apostar tudo na possibilidade de uma venda milionária de 30 milhões ou mais...    
E vocês, qual a vossa ideia para equipa B? Necessária ou mantém-se tudo como está? 

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